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Jogador do Voltaço denuncia ter sido vítima de racismo em loja no Rio de Janeiro









A Polícia Civil está investigando uma denúncia de racismo numa loja do BarraShopping, na Barra da Tijuca, no Rio, feita pelo jogador da base do Volta Redonda, o meia Guilherme Quintino. Ele afirma que foi impedido de sair da loja e obrigado a mostrar onde estavam peças que desistiu de comprar.

O caso, registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), foi divulgado nesta quarta-feira (21) pela TV Globo. Segundo a emissora, a polícia já requisitou imagens de câmeras de segurança e a listagem dos funcionários que estavam na loja quando os fatos ocorreram, no último domingo (18).

“Fui abordado de forma totalmente ríspida, estava saindo de mãos vazias. Me senti constrangido e acuado naquela situação”, afirmou Guilherme, de 20 anos.

O jogador contou que estava com a namorada Juliana quando foi abordado, segundo ele, de forma racista. Os dois disseram que foram separadamente para os setores masculino e feminino para escolher roupas. Juliana disse que pegou uma sacola de pano fornecida aos clientes e a entregou para Guilherme. Eles chegaram a escolher algumas peças, mas decidiram não levar nada.

A sacola foi deixada, segundo eles, em uma arara da loja. Quando estavam saindo foram abordados. Guilherme conta que, acompanhado do segurança, foi obrigado a ir até a arara onde a sacola havia sido deixada. Depois disso, o funcionário levou a bolsa até uma mulher para a verificação dos itens.

A situação durou cerca de 40 minutos. O atleta destacou que o tempo todo era questionado pelo segurança – que também é negro.

Imagens gravadas por Juliana mostram o casal questionando os funcionários da loja, sem receber resposta. Também é possível ver o segurança com a sacola na mão, levando em direção a outra funcionária.

Guilherme contou que parecia que o segurança estava recebendo instruções. “Possivelmente estava recebendo orientações de alguém, ficou o tempo todo no telefone e, em nenhum momento, eles responderam o motivo daquilo”, completou o atleta, dizendo que foi alvo de deboche dos funcionários.

Depois da conferência dos produtos, Guilherme foi liberado, mas Juliana retornou ao estabelecimento e solicitou a presença da gerente. Ela disse que, questionada, a responsável pelo local afirmou que verificaria o ocorrido e, depois de 20 minutos, voltou sem explicações. A namorada do atleta disse que também procurou o SAC do BarraShopping.

Guilherme contou também que outros clientes prestaram solidariedade a ele e alguns chegaram a pedir o estorno do pagamento das compras e devolveram as mercadorias. Um deles prestou depoimento à Polícia Civil, afirmando que viu Guilherme indicando o local onde havia deixado a bolsa e o segurança exigindo que ele buscasse a sacola e entregasse em suas mãos. A testemunha afirmou ainda que o jogador estava acuado e constrangido com a situação, presenciada por outros clientes.

Por meio de nota, a Zara informou que está apurando o ocorrido. A empresa afirmou ainda que a abordagem relatada não é a prática da companhia nem reflete seu posicionamento e valores. A Zara afirmou ainda que não admite qualquer ato de discriminação.

A administração do shopping disse lamentar o fato e que repudia qualquer ato de discriminação. O centro de compras afirmou ainda que está à disposição das autoridades para colaborar com a apuração dos fatos.

Com reportagem do g1. (Imagem: Reprodução / TV Globo)