O Centro de Qualificação
Profissional (CQP) Aristides de Souza Moreira, no bairro Aero Clube, em Volta
Redonda, encerra até o mês de julho a formatura de mais um grupo de 81 mulheres
que estão sendo preparadas nos cursos da construção civil: Pedreira Predial,
Eletricista, Pedreira de Acabamento e Revestimento, Bombeira Hidráulica,
Pintura Predial e no curso de estreia deste semestre – o Curso Básico de Solda,
que começou com duas turmas de mulheres estudando pela manhã e à noite. Todos
os cursos são gratuitos para moradoras do município.
Os cursos para as mulheres foram
criados pela Secretaria Municipal de Políticas para Mulheres e Direitos Humanos
(SMDH), na gestão da secretária Glória Amorim, que antes promoveu uma pesquisa
entre um grupo de 40 mulheres no bairro Roma, questionando sobre o interesse
delas em capacitação profissional para o empoderamento, autonomia financeira e
geração de rendas, recebendo o apoio do prefeito Antonio Francisco Neto. Os
cursos têm parceria com a Smac (Secretaria Municipal de Ação Comunitária) e a
Fevre (Fundação Educacional de Volta Redonda), que cede a unidade educacional e
contrata os professores.
Os desafios e reconhecimento do
mercado
O diretor do CQP, Eiji Yamashita,
destacou que o aprendizado das mulheres no curso de solda depende do interesse
e do envolvimento pessoal de cada uma, sendo que o mercado, embora ainda
mantenha certa preferência pela mão de obra masculina, já está abrindo as
portas para a contratação de mulheres:
“A indústria, as empresas já
estão oferecendo oportunidades e muitas mulheres formadas já estão se
sobressaindo na profissão, contratadas por secretarias municipais como SMI
(Secretaria Municipal de Infraestrutura), SME (Secretaria Municipal de
Educação) e empresas”, comparou o diretor.
O professor do Curso Básico de
Solda, Hélio dos Santos, com 50 anos de profissão, citou parte do ensinamento
que passa para as mulheres na sua área: “A dificuldade é o domínio do braço bem
leve para conduzir o processo de soldagem. A solda é uma técnica de habilidade,
de saber montar o equipamento, fazer a limpeza das peças que vai soldar,
trabalhar o corte correto com o uso do maçarico, regulagem da chama, o tipo de
bico que vai usar, as posições plana, horizontal ou vertical, os gases. Elas
vão sair daqui sabendo trabalhar com segurança e conhecendo o processo de solda
e todo o equipamento e sua montagem”, destacou.
As opções pelo curso de solda
Alunas do curso falaram da
motivação que as levaram a se inscrever. Camila Fernandes, 43 anos, moradora no
Jardim Cidade do Aço, comentou: “Eu tenho na família cinco pessoas que
trabalham como soldadores – dois irmãos e três primos – e cheguei a começar o
curso há muitos anos na Vila Brasília, mas não consegui terminar, porque casei,
tive filhos. Agora estou aproveitando a oportunidade para concluir e tirar o
certificado, recuperando o tempo”.
Outra estudante, Yasmim Terra,
23, moradora do Retiro e mãe de uma criança, afirmou que fez vários cursos no
CQP, citando Elétrica Predial, e optou pela procura atual do mercado: “A busca
por profissionais de solda está muito grande. É uma profissão onde estão sendo
reconhecidos, valorizados. Eu quero trabalhar na usina, na indústria. E a solda
oferece melhor oportunidade, onde eu tenho mais afinidade para aprender e
buscar o mercado de trabalho”, frisou.
Selmara Marques Generoso Ribeiro,
49, moradora da Vila Mury, já fez vários cursos de Pedreira Predial, Pedreira
de Acabamento e Revestimento, Elétrica e agora Bombeira Hidráulica. E tem um
motivo forte pela sua escolha.
“Eu quero conhecer e entrar na
casa desde a sua fundação, no início da obra, para ter este conhecimento geral.
Muitas vezes o profissional contratado desperdiça material nas reformas de
casas, faz a gente comprar além do necessário. Portanto, não serei mais
enganada, sei o que precisa realmente na obra e como fazer”, concluiu Selmara.
A prefeitura, através da SMDH e
da Fevre, garante também os EPIs (equipamentos de proteção individual), lanche,
transporte e uniformes. Este novo grupo que começou as aulas teóricas e práticas
no último mês de março eleva para 336 o total de mulheres capacitadas nos seis
cursos da construção civil, desde que o projeto começou há 2 anos. As aulas são
para as turmas da manhã, tarde e noite. O novo Curso Básico de Solda ganhou
duas turmas: com aulas de manhã (das 8h às 11h30) e à noite (das 18h às 21h30).
Foto de divulgação